Todavia, acredito que uma resposta séria seja possível.

Segundo a ABNT NBR 10520:2023, item 5.3, é possível citar “dados obtidos em fontes não publicadas formalmente (palestras, discursos, comunicação, entre outros), quando utilizados, devem ser indicados no texto ou em nota”.

Por exemplo:

Em discurso proferido por Jadir dos Santos, em 21 de março de 2019, no auditório da ABNT, foram descritos os principais aspectos da cultura organizacional.

Ou

Jadir dos Santos descreveu os principais aspectos da cultura organizacional.^*Discurso proferido no auditório da ABNT, no Rio de Janeiro, em 21 de março de 2019.

Se levarmos o “entre outros” do item 5.3 ao limite, por que não citar sonhos e delírios? Freud usou muito desse recurso, certo?

O paciente relatou o sonho bem cedo, e logo partilhou minha convicção de que por trás dele se escondiam as causas de sua neurose infantil. No decorrer do tratamento retornamos ao sonho com frequência, mas apenas nos últimos meses da terapia foi possível compreendê-lo inteiramente, e isso graças ao trabalho espontâneo do paciente. Ele sempre enfatizou que dois fatores do sonho tinham deixado a maior impressão sobre ele: primeiramente a completa calma e imobilidade dos lobos, e em segundo lugar a atenção tensa com que todos eles o olhavam. Também lhe parecia digna de nota a persistente sensação de realidade no final do sonho.

— Sigmund Freud, “História de uma neurose infantil (‘O homem dos lobos’)”

Conforme o item 7.1.7 da ABNT NBR 10520:2023, por não ser publicação, ou documento disponível em alguma mídia, impressa ou audiovisual, “a transcrição de entrevistas e/ou depoimentos […] não gera referência”, isto é, não se informa autoria, título, local e ano de publicação no final do texto. Ademais, “quando houver necessidade, omitir o nome do entrevistado”.

Piadinhas à parte, fique à vontade para citar entrevistas, depoimentos, sonhos e delírios, basta informar a procedência da informação no texto ou em nota, assim como qualquer fonte ou referência.